Em parada simbólica, edil exige prontidão, denuncia corrupção e promete diálogo com os agentes
Num momento em que a tensão social sobe de tom nas ruas de Nampula, o Presidente do Conselho Municipal, Luís Madubula Giquira, assumiu na quarta-feira (9) o papel de Comandante-Chefe da Polícia Municipal e conduziu uma parada estratégica no Comando daquela força. O encontro, que contou com a presença do comandante Salimo Assane e do vereador dos Recursos Humanos, Bernardo Francisco, foi apresentado como um gesto de reforço da autoridade e tentativa de reposicionar a polícia municipal no centro do aparelho de governação local.
Mas, para além da solenidade do evento, a movimentação revela também os sinais de alarme no seio da edilidade, pressionada pelos protestos de operadores económicos informais e por uma crescente desordem no espaço público urbano , um espelho da fragilidade de um município em desequilíbrio entre arrecadação de receitas e prestação de serviços.
Durante o encontro, Giquira exigiu prontidão e disciplina dos agentes municipais, apelando para uma actuação firme na segurança rodoviária, gestão dos mercados e “ordem” nos bairros da cidade. No centro da agenda esteve também a cobrança de taxas e receitas, num contexto em que a relação entre o município e os cidadãos, particularmente os mototaxistas, tem sido marcada por atritos, suspeitas e recusa em acatar as novas imposições fiscais.
“Queremos transparência e fim da corrupção dentro da nossa polícia”, disse Giquira, num discurso comedidamente enérgico, mas também com concessões — abrindo espaço para que os agentes manifestassem as suas insatisfações e reivindicações laborais.
A polícia municipal tem sido acusada, em vários momentos, de excesso de zelo, corrupção e uso arbitrário da força contra os mais vulneráveis.
“Temos de restaurar a imagem da polícia municipal e garantir que ela sirva os interesses do povo”, insistiu Giquira, sem, no entanto, detalhar medidas concretas.
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