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Agitação pós-eleitoral em Moçambique é estratégia global contra movimentos de libertação – Frelimo

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O presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e Presidente moçambicano afirmou hoje que as manifestações pós-eleitorais integram uma “estratégia global” para “acabar” com os movimentos de libertação africanos, mas pediu uma “introspeção” ao partido.

“As últimas eleições de 09 de outubro (…) foram disputadas numa conjuntura marcada por fortes pressões endógenas e exógenas, visando a todo custo afastar a Frelimo do poder, no quadro de uma estratégia global de acabar com os partidos ou antigos movimentos de libertação nacional em toda a região da África austral”, afirmou Daniel Chapo na abertura da IV sessão ordinária do Comité Central da Frelimo, que vai decorrer durante três dias na Matola, arredores de Maputo.

“No entanto, insuflados pela palavra de ordem `a vitória prepara-se e a vitória organiza-se`, a Frelimo preparou-se e organizou-se para que a vitória em todas as fases do processo eleitoral fosse uma realidade (…). O alto nível de preparação e de organização da Frelimo permitiu ao seu candidato enfrentar e derrotar os candidatos, fazendo prevalecer a vontade genuína do cidadão eleitor expressa por meio de voto depositados na urna. Camaradas, esta é a verdadeira verdade eleitoral”, disse ainda, na mesma intervenção.

Daniel Chapo foi eleito em 09 de outubro quinto Presidente da República de Moçambique, num contexto de forte contestação e agitação social, em protestos convocados pelo então candidato presidencial Venâncio Mondlane — que não reconhece os resultados eleitorais -, durante os quais morreram mais de 360 pessoas, em cinco meses.

“As manifestações violentas, ilegais e criminosas levadas a cabo por um certo candidato derrotado, claramente identificado, devem ser matéria de análise franca e desapaixonada sobre as verdadeiras causas. Para que essa análise nos conduza a um caminho do restabelecimento da estabilidade política efetiva e duradoura, é fundamental reconhecer que, para além de fatores externos, precisamos fazer uma introspeção dentro do nosso partido para identificar e corrigir eventuais desvios e falhas”, pediu.

Insistindo que a “Frelimo e o seu candidato venceram” as eleições gerais de outubro de 2024, Chapo afirmou: “As manifestações violentas, ilegais e criminosas não têm respaldo nos resultados eleitorais, mas estão simplesmente numa agenda meticulosamente preparada para desestabilizar o país e, sobretudo, estrangular a nossa economia”.

Na mesma intervenção, o líder do partido e chefe de Estado reconheceu “apreço e reconhecimento” aos membros do Comité Central, aos militantes simpatizantes e à população pela determinação demonstrada no período pós-eleitoral “em defesa da vitória duramente conquistada”.

Na reunião do Comité Central, Chapo pediu uma “reflexão profunda sobre os desafios que se colocam à Frelimo na atualidade, sobretudo no domínio dos processos eleitorais”, dado que será analisado, entre outros pontos, o relatório do Gabinete Central de Preparação de Eleições.

Esta sessão decorre até sábado na Escola Central da Frelimo e vai analisar essencialmente assuntos de gestão interna, incluindo relatórios das estruturas do partido e a proposta do Plano de Atividades e Orçamento para 2025.

De acordo com informação da Frelimo, a reunião vai ainda analisar a proposta do Programa Quinquenal do Governo (2025-2029) e a proposta do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado para 2025, ambas já apresentadas à Assembleia da República.

Os 254 membros efetivos do Comité Central da Frelimo voltam a reunir-se depois de, em fevereiro, terem escolhido, sem surpresa, Daniel Chapo para presidente do partido e Chakil Aboobakar para secretário-geral, após votação no principal órgão entre congressos.

O Presidente moçambicano assumiu em 14 de fevereiro a liderança da Frelimo, tendo sido candidato único a suceder à liderança de dez anos, no país e no partido, de Filipe Nyusi.


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