A Comissão Política da Frelimo convocou a IV Sessão Ordinária do Comité Central, que decorre de 3 a 5 de Abril de 2025 na Escola Central do partido, na cidade da Matola, Província de Maputo. A reunião, que à superfície se apresenta como mais um exercício burocrático do partido no poder, ocorre num contexto de convulsão social e incertezas políticas sem precedentes na história recente do país.
Com professores e enfermeiros em greve, paralisando sectores vitais para o funcionamento do Estado, a crise atinge também a economia doméstica com a escalada do custo de vida. Nas principais cidades, a escassez de alimentos e combustíveis transforma o quotidiano do cidadão num verdadeiro campo de batalha pela sobrevivência. Tudo isto num momento em que a Assembleia da República, dominada pela própria Frelimo e pelos partidos da oposição, toma decisões desalinhadas das expectativas populares, agravando a crise de legitimidade das instituições.
A reunião do Comité Central, para além das formalidades, terá sobre a mesa temas que podem definir os próximos anos da governação do partido. Estão previstos debates sobre o Relatório da Comissão Política, o Relatório do Secretariado do Comité Central, o Relatório do Gabinete Central de Preparação de Eleições, bem como a análise do Plano de Actividades e Orçamento do Partido para 2025. Acresce ainda a revisão do Programa Quinquenal do Governo (2025-2029) e do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2025.
Se para os militantes e dirigentes a reunião pode ser vista como uma oportunidade de reafirmação política, para o cidadão comum, que sente na pele a deterioração das condições de vida, a expectativa resume-se a uma única pergunta: sairá algo de concreto desta reunião para aliviar o sofrimento popular ou será apenas mais uma sessão de discursos e promessas vazias? A resposta, como sempre, será dada nas ruas.
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