Numa cidade onde o caos rodoviário se tornou uma norma e a informalidade uma regra, a Polícia Municipal de Quelimane lançou uma campanha de sensibilização dirigida aos moto-taxistas. A iniciativa, apresentada como uma medida de regularização, percorreu pontos estratégicos como a paragem do Cemitério da Saudade, a Igreja de Coalane e o Hospital Central de Quelimane, num esforço para disciplinar uma classe frequentemente acusada de desordem nas vias públicas.
A principal exigência passa pela apresentação da documentação da motorizada e da licença para o exercício da actividade. Segundo as autoridades, a medida visa organizar o sector, minimizar conflitos e evitar apreensões e multas. Para suavizar o impacto financeiro, foi introduzida a possibilidade de pagamento da licença em duas prestações, uma tentativa de tornar o processo mais acessível.
Mas por trás da narrativa de organização e segurança, paira a questão do real impacto desta medida sobre os moto-taxistas, muitos dos quais operam à margem da formalidade por falta de alternativas. Para alguns, trata-se de um esforço necessário para impor ordem nas estradas. Para outros, mais uma acção de repressão institucional que ignora as dificuldades económicas enfrentadas por esta classe trabalhadora.
Com o prazo para a regularização a aproximar-se do fim, a questão entre a necessidade de cumprir a lei e a realidade de quem sobrevive do transporte informal promete novos episódios.
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