Moçambique volta a chorar as vítimas de mais um massacre rodoviário. Desta vez, o cenário de tragédia instalou-se em Cafumpe, distrito de Gôndola, província de Manica, onde um acidente de viação ocorrido na tarde de segunda-feira, 24 de Março, ceifou 20 vidas e deixou seis feridos.
O Presidente da República, Daniel Chapo, reagiu com pesar ao sinistro, endereçando condolências às famílias enlutadas e desejando rápidas melhoras aos feridos. Mas, enquanto os discursos de consternação se repetem, as estradas moçambicanas continuam a ser palco de mortes evitáveis.
A sucessão de acidentes fatais expõe um problema crónico: a negligência na segurança rodoviária, marcada por excesso de velocidade, desrespeito às regras de trânsito e fiscalização deficiente. O apelo presidencial para uma condução responsável não é novidade. Governos anteriores também manifestaram preocupação com o tema, mas os números de sinistros continuam alarmantes.
A retórica sobre a “preservação da vida humana” precisa traduzir-se em acções concretas. A impunidade, a falta de investimento em infraestruturas rodoviárias seguras e uma fiscalização que raramente passa do discurso são factores que perpetuam tragédias como a de Cafumpe.
O Governo diz estar a acompanhar a situação e a prestar assistência às vítimas. No entanto, sem medidas estruturantes e um compromisso sério com a segurança rodoviária, Moçambique continuará a contar mortos nas estradas, enquanto os decisores políticos se limitam a discursos de ocasião.
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