Quelimane (Jornal Txopela) – Em um episódio que desafia qualquer lógica política, a Cidade de Quelimane foi hoje palco de um espetáculo inesperado e inusitado: membros do partido Frelimo, devidamente trajados para uma marcha anunciada como o grande “acto de reafirmação popular”, acabaram sendo obrigados a bater em retirada diante da revolta massiva de munícipes indignados, conhecidos por “30%”.
A marcha, que tinha como objectivo “reparar a imagem beliscada” do partido Frelimo, foi abruptamente cancelada, com os organizadores a se refugiarem no mítico Salão do Benfica. Do outro lado, entre 6 a 12 mil cidadãos, em números que oscilam conforme dados dos organizadores, marcharam pelas ruas e avenidas da cidade, desafiando directamente o “70%” proclamado pela CNE (Comissão Nacional de Eleições).
O que se seguiu foi digno de um filme de acção: enquanto os munícipes manifestantes serpenteavam pelos arredores do local onde os “camaradas” tentavam se reunir, a reação foi de puro desespero. Vídeos enviados à redacção do Jornal Txopela mostram membros da Frelimo em fuga desenfreada, alguns chegando ao ponto de despir as suas camisetas para evitar serem identificados como participantes do evento da Frelimo.
Quelimane é uma cidade que, há 14 anos, mantém-se fiel ao martelo de Manuel de Araújo e aos partidos da oposição, em clara resistência ao domínio do partido Frelimo. “Eles dizem que têm 70%, mas aqui não têm nem 7%,” disparou um dos manifestantes.
O incidente é resultado da gestão eleitoral danosa da CNE, cuja declaração dos 70% de vitória da Frelimo continua a ser alvo de críticas e acusações de fraude massiva.
Gosto de informações dessa jornal txopela. E quero pedir que continuem nos informando