O Partido Frelimo na Zambézia foi forçado a recuar nos seus planos de realizar uma marcha pelas ruas de Quelimane, reduto da oposição há cerca de 14 anos, sob a liderança de Manuel de Araújo. A decisão de avançar com a marcha, mesmo sem cumprir as formalidades legais exigidas pela Lei das Manifestações e Reuniões Públicas, foi vista nos círculos políticos como um acto de arrogância e desafio às autoridades locais.
A ausência de um pedido formal submetido ao Conselho Autárquico de Quelimane levou o gabinete do presidente Manuel de Araújo a emitir um ofício aos órgãos de justiça e à polícia, alertando para a ilegalidade do evento. Ainda assim, a Frelimo tentou levar a cabo a sua marcha, mas acabou por desistir devido ao risco evidente de confrontos com a população, que diariamente organiza manifestações às 13 horas em protesto contra os resultados eleitorais de 9 de outubro.
Sem alternativa, os membros da Frelimo reuniram-se no salão de jogos do Benfica, em Quelimane, mas nem mesmo ali escaparam à pressão popular. Centenas de munícipes cercaram repetidamente o local, elevando a tensão e forçando a intervenção da polícia para evitar confrontos directos.