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Frelimo acusada de desviar ajuda humanitária destinada a deslocados em Cabo Delgado

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Edil de Chiúre denuncia politização da assistência alimentar e exclusão da administração local

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A gestão da ajuda humanitária em Cabo Delgado voltou a ser alvo de polémica. O presidente do Conselho Municipal da vila de Chiúre, Alicora Ntutunha, lançou duras críticas contra o que descreve como manobras de desvio e politização da assistência alimentar destinada aos deslocados da violência armada que assola a província.

Em declarações à imprensa na passada quinta-feira, 31 de Julho, Ntutunha afirmou que a sua autarquia tem sido sistematicamente marginalizada no processo de recepção e distribuição dos donativos enviados para apoiar as vítimas do terrorismo, apesar de Chiúre acolher milhares de deslocados oriundos de zonas atacadas como Chiúre-Velho e Ocua.

Camiões desviados para a sede da Frelimo

O edil relatou que, à chegada à vila, os camiões transportando bens alimentares e outros artigos essenciais não se dirigem à administração municipal nem à sede do governo distrital, como seria de esperar em conformidade com os protocolos administrativos. Em vez disso, os meios são desviados para a sede do partido Frelimo, o que, segundo Ntutunha, levanta sérias dúvidas sobre a transparência do processo.

“O que trazem, o que têm e o que carregam eu não sei”, disse o autarca, visivelmente indignado com o que considera ser uma falta de respeito institucional e uma violação dos princípios de equidade na distribuição da ajuda.

Ajuda humanitária politizada

Além de ser excluída da coordenação logística, a administração municipal também não é envolvida na identificação dos beneficiários, mesmo sendo a entidade com maior conhecimento do território e da localização dos bairros que acolhem os deslocados.

Ntutunha alertou que o actual modelo de gestão dos donativos compromete a eficácia da ajuda e alimenta suspeitas de favorecimento político. Segundo uma fonte local, durante a distribuição, muitas vezes são chamados nomes de residentes locais, presumivelmente membros ou simpatizantes do partido Frelimo, em detrimento dos deslocados genuínos, o que agrava a vulnerabilidade de quem verdadeiramente necessita de apoio.

O caso de Chiúre ilustra um padrão recorrente na gestão da ajuda humanitária em contextos de crise no país, onde estruturas partidárias tendem a sobrepor-se às instituições do Estado, minando os esforços de resposta e protecção dos mais necessitados. O desvio de bens e a instrumentalização da ajuda para fins político-partidários não só constituem uma violação ética e legal, como também agravam tensões locais e comprometem a credibilidade das autoridades.

Contactadas por este jornal, fontes oficiais da Frelimo em Cabo Delgado não se pronunciaram até ao fecho desta edição.


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