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Xeque-mate de V. Mondlane: não acredito…

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Não deixa de ser curioso que se escreva, em tom de aplauso e de louvor, sobre o nome Anamalala (palavra do dialecto macua e lomué) que significa “acabou” e “chegou ao fim”, o que foi aposto num novo partido moçambicano, com a chancela do figurante político V. Mondlane.

 Há quem tenha escrito aqui neste Jornal, numa rúbrica com o baptismo de “Artigo 51”, sob o título “Xeque-mate de Venâncio Mondlane”, que esta personalidade moçambicana fez essa jogada típica de xadrez à Frelimo, ao Governo…

 Não o creio, por várias razões que passo a deixar à consideração dos leitores:

 – V. Mondlane já saltitou nos dois principais partidos de Moçambique, a saber: MDM e Renamo;

 – é um pastor de uma seita religiosa que interpreta, como outras, a seu belo prazer as principais mensagens salvíficas de Cristo e, também, as suas fundamentais parábolas bíblicas e, ainda, a mais profunda doutrina;

 – deixou Moçambique, refugiando-se na Suécia, quando o País e o povo mais precisavam dele, tendo absorvido o que algumas igrejas/seitas religiosas desse País lhe vão ensinando, com um pendor revolucionário;

 – difundiu e instigou, junto do seu povo, em pleno séc. XXI, a estabelecer-se a lei de Talião (olho por olho, dente por dente), numa acção contrária ao espírito da doutrina de Cristo, pois o Filho de Deus veio recriminar essa lei (instituída antes do Velho Testamento…), estabelecendo uma nova ordem social e humana: amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei;

 – colou-se ao partido Podemos que fez dele o seu candidato a Presidente da República para, pós acto eleitoral de 9 de Outubro passado, abandonar esse projecto político-partidário, o que não deixa de ser estranho ou talvez não.

  1. Mondlane, por tudo o que deixo para análise séria e sem a clubite partidária, não conseguirá fazer “xeque-mate” ao partido do poder e ao presente Governo, porque a Frelimo controla o aparelho de Estado, por enquanto.
  2. Mondlane terá de fazer, como é comum em Democracias, todo um trabalho de casa, mas sem recorrer a “guerrilhas” de rua, para correr com a Frelimo. Esteve na AR, como deputado, durante tempos, em representação do MDM e da Renamo. Que actividade denunciante se lhe conhece? Que projecção fez de tudo isso dentro e fora do País? Que portas bateu para continuar a denúncia da vida pública moçambicana?

 Anamalala nunca será “acabou”, porque não é uma palavra de união, dado o poder do tribalismo em Moçambique. Moçambique tem uma identidade condutora por força do português, a língua oficial. Não fora isso e a Nação já se havia desarticulado e partido em duas, aliás, como aconteceu noutros Países do Mundo.

  1. Mondlane deve bater-se, democraticamente, por ter expressão no seio da vida política, social, económica e de outros sectores para ir credibilizando a sua imagem e o seu perfil, para se apresentar numas próximas eleições. Desejo-lhe sorte no seu “Anamalala”…Contudo, não me parece a “peça-chave” para os graves problemas, em todos os eixos da vida nacional, que Moçambique enfrenta. São muitos e de uma dimensão catastrófica…Moçambique, repetirei até à exaustão, precisa de um Plano de salvação Nacional que una os moçambicanos. Nunca precisará de quem fala de “povo ao poder”, porque se trata de uma provocação marxista…

                                         António Barreiros, Jornalista

O xeque-mate de Venâncio Mondlane

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