Lutero Simango reúne quadros nacionais residentes na Beira num contexto de reconfiguração partidária
No meio de sinais claros de desgaste interno e do desafio permanente de se reaproximar do seu eleitorado tradicional, o Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, reuniu-se esta terça-feira, 15 de Abril, com quadros nacionais do partido residentes na cidade da Beira, num encontro que se inscreve no quadro da chamada “dinamização da actividade política”.
A reunião teve lugar num momento em que o partido atravessa uma fase de redefinição da sua identidade política e da sua base de apoio, especialmente após os resultados eleitorais pouco entusiasmantes e o crescente ceticismo das bases quanto à capacidade da actual direcção em galvanizar um verdadeiro movimento de oposição consistente.
Fontes internas do partido avançaram ao Txopela que o encontro visava, formalmente, “avaliar os desafios organizacionais e políticos do partido na região centro do país”, mas nos bastidores o que se discute é a necessidade urgente de conter a desmobilização dos militantes e estancar as fissuras internas que ameaçam a já frágil unidade da terceira força política do país.
Lutero Simango, numa intervenção comedida, apelou à “coesão e renovação do compromisso com os ideais do MDM”, sublinhando a importância do envolvimento activo dos quadros na reconstrução da confiança junto das comunidades. Contudo, permanece a dúvida se o discurso vai além do mero formalismo político e se conseguirá traduzir-se em acções concretas de revitalização partidária.
A cidade da Beira, berço histórico do MDM e outrora bastião da sua força política sob a liderança de Daviz Simango, permanece hoje como uma sombra do que já foi, com militantes cada vez mais descrentes e estruturas que carecem de oxigenação política.
A pergunta que paira no ar é se esta tentativa de “dinamização” não chega tarde demais — e se o MDM, na actual configuração, ainda tem fôlego para continuar a ser uma alternativa relevante no xadrez político nacional.
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