Nicoadala, Zambézia – Num gesto que se inscreve no plano de acções prioritárias dos 100 dias do Presidente da República, Daniel Chapo, o Governo da Província da Zambézia procedeu, esta quinta-feira, no distrito de Nicoadala, à entrega de um lote de equipamentos e insumos agrícolas, numa tentativa de mitigar os efeitos das alterações climáticas e impulsionar a retoma da produção agrária.
A cerimónia foi presidida por Pio Matos, governador da província, que destacou o investimento de cerca de 53 milhões de meticais, disponibilizados pela Agência do Zambeze, como um marco para o reforço da resiliência no sector agrário.
Entre os meios entregues contam-se tractores e seus implementos, uma máquina autocombinada para colheita de arroz, kits de produção de batata reno e de feno, sistemas de rega, mais de 40 toneladas de sementes diversas, além de fertilizantes e pesticidas. Os insumos serão distribuídos pelos distritos de Nicoadala, Mopeia, Luabo, Morrumbala, Derre, Namacurra, Mocuba, Maganja da Costa, Gúruè e Mocubela.
Pio Matos sublinhou que estas acções representam um “sinal de esperança” para os camponeses, num contexto de forte impacto do fenómeno El Niño, que comprometeu a primeira época da campanha agrícola 2024/2025.
“Moçambique é dos países mais afectados pelas mudanças climáticas. Estamos a perder a nossa regularidade agrícola. Só podemos combater esta nova realidade com sistemas de rega, que nos permitam irrigar os campos e garantir culturas como o arroz em regadios”, afirmou o governante.
As autoridades estimam que, com a operacionalização destes meios, seja possível alcançar uma produção próxima de 4,3 mil toneladas de produtos agrícolas diversos, reforçando não apenas a segurança alimentar, mas também a disponibilidade de produtos no mercado nacional.
Num país onde a agricultura continua a ser o principal sustento de milhões, estas iniciativas surgem como parte de uma estratégia mais ampla do Executivo de Chapo para revitalizar o sector agrário, num contexto global cada vez mais adverso para os produtores familiares.
O gesto, embora pontual, levanta também questões sobre a sustentabilidade das intervenções, a transparência na alocação dos meios e a necessidade de políticas mais estruturadas que garantam continuidade e impacto duradouro no campo moçambicano.
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