Maputo –Txopela A Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2025-2044, ambiciosamente lançada como o novo compasso do futuro moçambicano, vai ter de esperar. A Comissão Permanente da Assembleia da República (CPAR) aprovou esta segunda-feira, 14 de Abril, o pedido de adiamento do debate em plenário do documento, inicialmente agendado para os dias 16 e 17 deste mês.
A decisão foi provocada por um pedido da Bancada Parlamentar do PODEMOS, que alegou necessidade de tempo adicional para analisar “de forma mais aprofundada e responsável” o conteúdo da ENDE, dadas a sua extensão e implicações de longo prazo para o país. O porta-voz da CPAR, Manuel Ramessane, confirmou que o pedido mereceu consenso entre todas as bancadas representadas no Parlamento, incluindo FRELIMO, RENAMO e MDM.
A suspensão do debate revela que, apesar da pompa com que o Executivo apresentou o documento estratégico, nem todos os deputados estavam convencidos – ou suficientemente preparados – para endossar, sem reservas, uma proposta que traça os caminhos da economia e sociedade moçambicana para os próximos anos.
“O país precisa de planificação, sim. Mas não podemos continuar com a cultura do atropelo, da pressa e da aprovação por inércia”, comentou um deputado do Podemos ao Txopela. “Um documento com este peso precisa ser conhecido, discutido e, sobretudo, compreendido.”
O gesto de aparente consenso entre as bancadas, ainda que raro, foi lido por alguns analistas como uma oportunidade para um debate mais sério e menos partidarizado, embora persista o ceticismo sobre a capacidade real de o Parlamento influenciar de forma significativa um documento produzido com forte pendor executivo e tecnocrático.
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