O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane avançou oficialmente com a constituição do seu próprio partido político, a Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (Anamalala). A nova força política surge na sequência de divergências internas no Podemos, partido que apoiou a sua candidatura nas eleições gerais de 2024.
O pedido formal de legalização do partido foi entregue esta quarta-feira ao Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, em Maputo, pela equipa de Mondlane. A sigla, Anamalala, tem origem na língua macua e significa “vai acabar” ou “acabou”, um termo que se tornou um grito de mobilização durante a campanha eleitoral e os protestos que se seguiram ao pleito de 09 de outubro, marcados por acusações de fraude e irregularidades.
“Tem um prazo legal que é o mínimo de 30 dias, máximo de 60, e esperamos que possamos voltar a convidar a imprensa para anunciar que o partido já está autorizado pelas entidades públicas para fazer o seu trabalho”, declarou Dinis Tivane, assessor político de Venâncio Mondlane, à saída do Ministério.
O nascimento do Anamalala promete reconfigurar o xadrez político nacional, introduzindo uma nova dinâmica de oposição e reafirmando o protagonismo de Mondlane, que tem sido uma das figuras mais vocais contra o regime vigente. O ex-candidato tem reiterado a sua posição contra o que chama de “sistema de manipulação eleitoral” e defende um Moçambique mais transparente e descentralizado.
O próximo passo será a angariação de assinaturas necessárias para a oficialização do partido, bem como a estruturação das bases a nível nacional. Mondlane ainda não revelou se concorrerá diretamente nas próximas eleições, mas analistas apontam que a sua intenção será manter a presença no cenário político moçambicano com um discurso reformista e contestatário.
O futuro do Anamalala dependerá agora da sua capacidade de mobilização e estruturação, num contexto onde a oposição enfrenta desafios crescentes para consolidar-se como alternativa viável ao poder estabelecido.
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