A Direcção Provincial de Educação da Zambézia enfrenta uma greve marcada pela revolta dos professores, cuja paciência chegou ao limite. O epicentro da tensão é a falta de pagamento do 13º salário desde 2020, mesmo após a promessa do governo central de saldar a dívida até 13 de fevereiro deste ano. A decisão, parece ter ficado apenas no papel.
Outro foco de descontentamento é a ausência de respostas sobre vagas para novos docentes. Muitos formados desde 2021 aguardam uma colocação definitiva, mas recebem apenas o silêncio das autoridades. Anacleto Araújo, professora acantonada há quase três anos, não escondeu sua frustração.
“Fomos formados em 2021 e entregamos os documentos em 2022. Até hoje não recebemos uma resposta. Agora, dizem que não há mais vagas para docentes N4. Não faz sentido que uma pessoa formada por uma instituição do Estado seja deixada nesta situação”, desabafou a docente.
A indignação é amplificada pelas denúncias de concorrência clandestina e pagamentos ilícitos para a ocupação de vagas. Os grevistas alegam que os candidatos de fora estão a ser favorecidos por práticas corruptas, o que agrava ainda mais a sensação de injustiça entre os docentes.
Confrontado com a situação, Joaquim Casal Oficial, diretor provincial de Educação, foi directo: “É uma brincadeira os professores estarem sempre na Direcção Provincial para reclamar emprego. Já dissemos que é preciso aguardar pelo orçamento financeiro para recrutá-los.” Sobre os atrasos no pagamento do 13º salário, o director despistou e limitou-se a afirmar que “não tem uma resposta.”
Os professores prometem não recuar até que as suas exigências sejam atendidas.
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