Quelimane, 11 de Fevereiro de 2025 – O Governo moçambicano voltou a garantir promessas de financiamento de diversas instituições internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Organização das Nações Unidas (ONU). Os fundos, segundo comunicado oficial, serão destinados a projectos nas áreas de agricultura, infraestruturas, saúde, educação e governação.
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A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Maria Lucas, recebeu as garantias dos parceiros após um encontro realizado em Maputo, onde estiveram presentes representantes da ONU, do FMI, da Corporação Financeira Internacional, do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e do Banco Mundial.
A ONU, através da sua coordenadora residente em Moçambique, Catharine Sozi, reafirmou o compromisso com o país, destacando a necessidade de canalizar o apoio para as populações afectadas pelo conflito em Cabo Delgado e pelos desastres naturais. “Reiterámos a disponibilidade da ONU em continuar a apoiar Moçambique na sua jornada de desenvolvimento sustentável, com especial enfoque para as populações mais afectadas pelo conflito no Norte e pelos desastres naturais, bem como para as mulheres e crianças mais vulneráveis”, afirmou Sozi.
Dinheiro vem, mas desenvolvimento chega?
Nos últimos anos, Moçambique tem recebido milhões em promessas de ajuda externa, mas os efeitos na vida dos cidadãos comuns são, no mínimo, questionáveis. O país continua mergulhado em problemas estruturais, com uma economia frágil, corrupção endémica e serviços públicos debilitados.
Os megaprojetos apoiados pelo Banco Mundial e pelo FMI raramente têm impacto directo na vida dos moçambicanos comuns. O financiamento chega, mas os hospitais continuam sem medicamentos, as escolas sem carteiras e as infraestruturas prometidas ou são inacabadas ou nunca saem do papel.
O histórico do país com empréstimos internacionais gera desconfiança. Ainda está fresco na memória colectiva o escândalo das dívidas ocultas, onde empréstimos secretos contraídos pelo Governo resultaram numa crise financeira sem precedentes.
Com estas novas garantias de financiamento, o Governo de Daniel Chapo tem uma nova oportunidade para provar que o dinheiro será bem aplicado. Mas sem transparência e mecanismos rigorosos de fiscalização, há o risco de que a ajuda internacional continue a servir interesses políticos e empresariais, enquanto a maioria da população segue à margem do desenvolvimento.
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