A mineradora HAMC, que opera com um investimento britânico de cerca de 100 milhões de dólares, foi alvo de um violento ataque na localidade de Marropino, distrito de Mulevala, província da Zambézia. Populares, cuja identidade ainda é desconhecida, invadiram as instalações da empresa, vandalizaram equipamentos e saquearam bens, causando prejuízos estimados em milhões de dólares.
De acordo com informações avançadas pelo jornal O País, o ataque teve contornos de extrema destruição. O acampamento da empresa foi reduzido a escombros, com a perda de documentos, bens pessoais dos colaboradores e maquinaria recentemente adquirida, incluindo uma grua avaliada em milhões de dólares. “Partiram vidros, vandalizaram aparelhos de ar condicionado e até atearam fogo nas proximidades”, descreveu Anita Januário, colaboradora da HAMC.
O ataque não se limitou ao acampamento. Após destruir as instalações, os populares dirigiram-se à planta de extração de tantalite, principal recurso explorado pela mineradora. Ali, além de vandalizarem o local, iniciaram uma actividade de garimpo descontrolada, com adultos, crianças e até mães com bebés ao colo retirando minério e vendendo-o de forma clandestina a compradores que frequentam a região.
Segundo O País, a cena de desolação e pilhagem em Marropino é visível. Equipamentos destruídos e rastros de violência expõem a gravidade do ataque. Os prejuízos só na planta de exploração estão avaliados em cerca de 8 milhões de dólares.
A administradora distrital de Mulevala, Guilhermina Machica, afirmou que as autoridades estão a acompanhar a situação com preocupação. “Estamos a trabalhar para evitar que este tipo de casos se repita no futuro”, garantiu.
A HAMC, por sua vez, notificou formalmente o Ministério dos Recursos Minerais sobre a intenção de suspender as suas operações na concessão mineira, justificando a decisão como decorrente de força maior.