Jornal Txopela ― O Partido Frelimo voltou a recorrer a uma prática já conhecida: o recrutamento de táxi-ciclistas mediante pagamentos entre 200 e 250 meticais para participarem nas suas marchas na cidade de Quelimane. Este sábado, a operação está em curso na zona do Jardim dos Namorados, numa tentativa de demonstrar adesão pública que, na verdade, é fabricada com dinheiro.

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Frelimo suborna taxistas em Quelimane

♬ som original – Zito do Rosário Ossumane

Fontes locais relatam que, após receberem o pagamento e as camisetes, muitos táxi-ciclistas abandonam as marchas para retornar às suas actividades quotidianas. A maioria desses jovens, com o 12.º ano concluído, enfrenta dificuldades de acesso ao emprego formal, sobrevivendo exclusivamente da actividade de transporte em bicicletas-táxi. Este sector, isento de taxas e impostos pela autarquia de Quelimane, tem sido um alívio para as classes mais baixas, graças à política de não sufocar economicamente os trabalhadores informais, implementada pela actual governação local.

A marcha organizada pelo partido acontece num contexto de confrontos. Segundo o Conselho Autárquico de Quelimane, o evento é considerado ilegal por não ter cumprido as formalidades previstas na legislação. A manifestação acontece no mesmo horário das marchas populares lideradas por Manuel de Araújo, o que eleva o risco de confrontos.

Analistas ouvidos pelo Jornal Txopela alertam para a possibilidade de uma escalada de tensões entre a elite frelimista e a população local, já saturada com as políticas do partido no poder. A estratégia da Frelimo de “lavagem de imagem”, ao mobilizar táxi-ciclistas sem condições dignas, é vista como mais uma tentativa de mascarar a sua perda de popularidade na Zambézia.

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