De acordo com o conteúdo da carta, o partido Frelimo teria atribuído apenas 13% dos assentos na Assembleia da República à OMM, o que corresponde a apenas dois lugares, enquanto a Organização da Juventude Moçambicana (OJM) foi contemplada com 22%, representando nove lugares. As mulheres da OMM consideram essa distribuição injusta e contrária às diretrizes internas do partido, que preveem uma cota de 35% para a representação feminina.
“Nós, as mulheres da Zambézia, solicitamos a reposição dos nossos assentos por direito, que foram entregues aos jovens empresários por terem pago valores avultados e às namoradas dos chefes do partido”, diz a carta. A OMM exige a anulação dos resultados actuais e a realização de uma nova votação que respeite as quotas estabelecidas.
A revolta das militantes da OMM é visível e os questionamentos sobre a valorização dos seus esforços dentro do partido são contundentes. “Podemos sentar nas nossas casas? Afinal, já não existe humanidade dentro do partido?”, questionam, clamando por justiça e reconhecimento do trabalho prestado ao longo dos anos.