“São 50 anos de independência no próximo ano. Vamos aproveitar a ocasião para avaliar o que nós fizemos durante os 50 anos e [programar] o que nós temos que fazer nós próximos 50 anos. Porque sabemos que vamos continuar no poder”, disse Chapo, num comício improvisado esta manhã à porta do Conselho Constitucional, em Maputo, onde entregou a sua candidatura a Presidente da República nas eleições de 09 de outubro.

Perante centenas de apoiantes, pouco depois de entregar, através da mandatária da Frelimo, Verónica Macamo, 20.000 assinaturas e o restante processo de candidatura, Daniel Chapo assumiu o objetivo de renovação, no partido e na sociedade, 50 anos após a independência, em 25 de junho de 1975.

“Vamos aproveitar esta ocasião para trabalharmos no sentido de resgatarmos alguns valores que nós, como sociedade moçambicana, reconhecemos que precisamos de resgatar”, afirmou, referindo exemplos.

“A honestidade. A questão da justiça, a questão da integridade. Precisamos de ter pessoas íntegras, pessoas honestas e uma sociedade que também preza pelos valores da integridade, da responsabilidade, da competência, da meritocracia”, defendeu.

“E para isso, precisamos de combater alguns males que enfermam a nossa sociedade (…) precisamos de combater o nepotismo, precisamos de combater o tribalismo, precisamos de combater o regionalismo, precisamos de combater o ‘localismo’, precisamos de combater o ‘amiguismo’. Portanto, tudo aquilo que termina com ismo”, disse ainda.

Apelou à coesão, face aos “males que estão a infetar e afetar” a sociedade moçambicana, “como a corrupção”: “A corrupção faz mal por quê? Porque o dinheiro que é público, que devia ir para construir mais escolas mais hospitais, mais estrada, abrir mais furos de água para a nossa população, acaba indo para uma pessoa ou para um grupo de pessoas”.

“Fazermos leis, sim, bonitas, mas elas têm que ser aplicadas em todas áreas e fiscalizadas para poderem funcionar”, afirmou.

O Comité Central da Frelimo escolheu, há precisamente 30 dias, apoiar a candidatura de Daniel Chapo, 47 anos, que era governador da província de Inhambane, a Presidente da República, após três dias de reunião, tendo obtido 225 votos (94,1%) dos membros daquele órgão.

Para Daniel Chapo, é agora necessário resgatar “os valores que guiaram” a Frelimo e a sociedade moçambicana logo após a independência.

Neste processo, Chapo prometeu ouvir os profissionais da educação, “principalmente professores”, e da saúde, “principalmente os enfermeiros e os médicos, que estão com preocupações”, aludindo às paralisações recorrentes nestes setores.

Defendeu também que “não basta só” construir escolas, é preciso e “avaliar a qualidade” do ensino.

“Vamos também trabalhar para construir mais centros de saúde, mais hospitais, mas não basta construir centros de saúde, mas não basta construir hospital. É preciso que aqueles que estão lá afetos atendam bem a nossa população. Não só atender bem a nossa população, mas também é nossa responsabilidade colocar medicamentos tanto em quantidade como em qualidade”, apontou.

O prazo limite para apresentação ao Conselho Constitucional das listas de candidatos a Presidente da República nas eleições de outubro é 10 de junho.

Moçambique vai realizar em 09 de outubro as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.

O atual Presidente, Filipe Nyusi, que é também presidente da Frelimo, no cargo desde 2014, já não pode concorrer, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.

 

PVJ // ANP

Lusa/Fim

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