Começo por reproduzir as últimas e recentes afirmações do Presidente da República Daniel Chapo sobre política monetária: “o Banco de Moçambique e o Metical são símbolos incontornáveis da soberania e identidade económica do país”.
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O Chefe de Estado moçambicano foi mais longe ao distinguir o papel do BM na preservação da estabilidade macroeconómica e na credibilização da política monetária: “O Banco de Moçambique tem desempenhado, com excelência, o seu papel fundamental de preservação do valor da moeda nacional”.
Das duas, uma: ou Presidente tem maus conselheiros; ou estas suas afirmações são para distrair o povo.
Ora vejamos, a partir do que fomos avaliar e, também, analisar. Para já deixar claro que o Banco Central, o Banco de Moçambique, durante algum tempo, deixou que o metical se depreciasse muito (isto é, o seu valor caísse em relação às divisas), chegando a quase 80 meticais por dólar. Mais tarde, teve de intervir para corrigir, evitando situações mais complicadas na economia, principalmente na subida dos preços de bens de consumo.
Um outro dado que é preocupante para a estabilidade do País é que o Banco Central injectou muito dinheiro (divisas) no mercado monetário, a dada altura, e face a essa oferta grande de dólares, o metical apreciou-se (ou seja, fortaleceu-se), mas isso não foi e não é uma opção sustentável, na medida em que a economia tem tendência para que o metical se desvalorize, porque as importações aumentam, as exportações diminuem e os investimentos externos baixam. Aliás, esta é uma posição sustentada por João Mosca.
O mesmo especialista vai a uma questão crucial que – no meu dizer – abafa e estrangula a economia moçambicana que reside no crime das dívidas ocultas, o qual não está resolvido. Por outro lado, o que poderá constituir um grave problema futuro, é a dívida com a China, a qual está a aumentar. Ora tudo isto acarreta um sintoma que faz tremer a posição de Moçambique: os agentes económicos e parceiros internacionais não têm confiança na economia moçambicana. Portanto, não investem ou abandonam o País…
Quero trazer aqui, também, uma outra nota, sustentada num parecer da economista Leila Constantino. Ela defende que o Banco Central deve implementar medidas assertivas para controlar a taxa de câmbio e assegurar que as suas medidas surtam efeito na economia nacional. E mais: que o mesmo Banco, o Central, deve controlar as taxas de juro.
E umas últimas referências, não menos importantes: o dinheiro físico a circular em Moçambique aumentou em Outubro.2024, pelo sexto mês consecutivo, 2,2% face a Setembro, para praticamente 67.416 milhões de meticais (1.005 milhões de euros), segundo dados oficiais compilados esta sexta-feira pela Lusa; um outro problema para Moçambique é que se regista há vários meses uma inflação homóloga abaixo de 3% (2,84% em Novembro.2024), depois de ter fechado 2023 no 5,3%, abaixo do pico de quase 13% em Julho de 2022 (em relação a esta e, segundo os dados disponíveis que consultámos: no primeiro trimestre de 2025, a inflação em Moçambique acumulou 2,03%, com a inflação homóloga em Março.24 de 4,77%). Anotação final: Moçambique introduziu uma nova série de notas e moedas de metical em 16 de Junho.2024, que substituíram, progressivamente, as que estavam em circulação, desde 2006
António Barreiros, jornalista
PR destaca papel do Banco de Moçambique na construção da soberania económica
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