Num raro momento de convergência entre a arena política e a sociedade civil, o Salão Nobre do Município de Quelimane acolheu, na tarde de 17 de abril, um debate crucial sobre os desafios estruturais que afetam a juventude africana, com foco particular na província da Zambézia — uma das mais populosas e socialmente vulneráveis do país.
O encontro, que contou com a participação activa de representantes dos partidos MDM, RENAMO e PODEMOS, assumiu um carácter plural e construtivo, promovendo um espaço de escuta mútua e formulação de propostas em torno das questões sociais, económicas e políticas que continuam a limitar o pleno desenvolvimento da juventude zambeziana.
Entre os temas levantados estiveram o desemprego juvenil, a falta de acesso à educação e formação técnica, os bloqueios institucionais ao empreendedorismo jovem, e a contínua ausência de políticas públicas eficazes para reverter este cenário.
Em representação do Conselho Autárquico de Quelimane, a Vereadora da Saúde e Ação Social, Maria Moreno, falou em nome do edil Manuel de Araújo e garantiu que a edilidade está comprometida com a construção de pontes com os jovens.
A iniciativa foi saudada por analistas locais como um exercício de maturidade democrática e um apelo à governança participativa, numa província onde o capital humano jovem permanece subaproveitado e, em muitos casos, abandonado à sua sorte.
Os organizadores do evento sublinharam que o diálogo não pode ser episódico nem refém de agendas partidárias, mas sim parte de uma estratégia contínua de escuta e inclusão, se o país quiser reverter o ciclo de marginalização e desilusão que paira sobre grande parte da sua juventude.
Quelimane deu o exemplo. Resta saber se o resto do país está disposto a ouvir os jovens — e, mais importante, a agir.
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