Introdução Editorial
À medida que a Tanzânia enfrenta tensões pós-eleitorais e restrições às liberdades cívicas, surgem questões inevitáveis sobre o futuro democrático de Moçambique. John Chekwa, jornalista e mediador social, reflete neste artigo sobre as lições que o país vizinho oferece e o que deve ser feito para evitar que Moçambique repita os mesmos erros. Num momento em que decorre o Diálogo Nacional Inclusivo, o autor alerta para a necessidade urgente de reformas na justiça eleitoral e para a força crescente de uma nova geração — uma juventude “sem medo”, que exige transparência, justiça e paz efectiva rumo às eleições de 2029.
Moçambique 2029: Lições da Tanzânia e o risco de uma geração sem medo
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Por John Chekwa
A recente crise eleitoral na Tanzânia, marcada por protestos, distúrbios e repressão, é mais uma chamada de atenção para o continente africano. A reportagem da BBC mostra como a falta de transparência e a manipulação dos processos eleitorais continuam a fragilizar a democracia e a confiança dos cidadãos nas instituições públicas.
Mesmo quando as leis eleitorais são revistas, a sua implementação raramente é respeitada. O resultado é sempre o mesmo: diálogos falsos, promessas não cumpridas, economia prejudicada e vidas humanas perdidas. Enquanto não houver uma verdadeira reforma da justiça eleitoral, muitos partidos libertadores correm o risco de perder o seu valor histórico por não garantirem o respeito pelos direitos humanos e pela democracia.
Em Moçambique, espera-se que o processo eleitoral de 2029 seja transparente, inclusivo e justo. Desde as primeiras eleições gerais, acumulámos muitas lições, mas continuamos a repetir os mesmos erros. Houve diálogos e acordos de paz, mas sem resultados sustentáveis.
É preciso reconhecer que esta nova geração — a geração “TikTok” — é diferente. É uma juventude mais informada, destemida e que não tem medo de exigir mudanças. Ignorar a sua voz é alimentar o risco de instabilidade futura.
O actual Diálogo Nacional Inclusivo é uma oportunidade única para corrigir os erros do passado. É urgente resolver a questão da justiça eleitoral e fortalecer as instituições que garantem eleições livres e transparentes. Só assim poderemos prevenir conflitos, proteger vidas e preservar o património do Estado.
O exemplo da Tanzânia mostra que quando se retira o poder ao povo, a democracia deixa de existir. Os governos devem lembrar-se de que o poder pertence aos cidadãos. Se o povo não decide, então por que razão realizamos eleições?
Moçambique precisa escolher o caminho da paz efectiva e da verdadeira democracia.
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