(Texto de: António Barreiros, Jornalista)
Da sacada da Praça de S. Pedro, após ser eleito, em seu discurso primeiro, diante de cerca de 100 mil fiéis, Leão XIV, deixou suas principais linhas de ação.
O novo sucessor de Pedro deixou claro que vai privilegiar a ponte para os diálogos, projetar e ser feitor de caminhos para a Paz e convoca-nos, a sem medo (o que tolhe muitos de nós no nosso dia-a-dia de cristãos e de cidadãos) a proclamarmos o Evangelho no sentido missionário.
A expressão que ele usou para deixar seu grifo para a dinâmica da Paz está contida nessa sua palavra motivadora e esclarecedora: “Esta é a paz do Cristo Ressuscitado, uma paz desarmada e uma paz desarmante, humilde e perseverante. Ela vem de Deus, Deus que ama a todos nós incondicionalmente”.
Pelo exposto posso perceber que a ação desse Sumo Pontífice não sairá muito da linha que o anterior, Francisco, traçou para seu consulado Papal. Será evidente que não copiará o Pontificado do argentino Bergoglio, até porque Roberto Prevost tem personalidade própria, foi educado nos Estados Unidos da América, portanto, em outra plataforma social, econômica e de mosaico humano que não é a Argentina. Prevost não é franciscano, mas o fato de ser agostiniano o convoca a olhar para a mesma direção, ou seja, para a pobreza, para os deserdados e para a promoção dos que sofrem.
O novo Papa pertence à ordem de Santo Agostinho que é composta por frades medicantes que seguem a linha de seu fundador, sendo chamados de agostinianos ou agostinianos. Sua máxima de serviço e missão: dedicam-se à evangelização, à promoção humana, à educação e ao trabalho com os pobres e marginalizados.
De assinalar, para vos situar, que Aurélio Agostinho de Hipona, conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental.
Leão XIII, Gioacchino Pecci-Puoperi-Buizzi, quero lembrá-lo, foi um Papa “caridoso” porque se moveu pelo bem e por fundar Obras de solidariedade social de forte expressão. Organizou o Concílio Vaticano I, o que marcou a Vida da Igreja.
Leão XIV vai na sua linha. O fato de ter assumido e escolhido esse nome para ser o sucessor de Pedro arremata-lhe o seguimento do caminho traçado por Pecci.
A Igreja pode se alegrar com essa nomeação, saída do Conclave, assim como pode ter Esperança de que Leão XIV não deixará de continuar, com humildade e perseverança, a vontade de missionar no esteio de Santo Agostinho, sabendo promover – repito – os diálogos; a proclamação do Evangelho, em que o Amor é a palavra de ordem; e a Paz, num Mundo em convulsões e perturbações.
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