Vezes sem conto ouço ou leio autênticas “estupidezes”, algumas subscritas por quem tem responsabilidades e que, por isso, deveria ter outra postura, mais conscienciosa e mais séria, sobre alguma das riquezas moçambicanas.
Os hidrocarbonetos representam uma das mais importantes – gás natural (Moçambique tem das maiores reservas do Mundo) e petróleo (estão em pousio os poços, bastando prospectar – primeiro – e, depois, iniciar a exploração) – fontes para se transformar e mudar Moçambique. Também para se reencaminhar e se reorganizar o País, dando-lhe estofo para, e de uma vez por todas, depois de 50 anos já passados sobre a Independência – nada foi feito até hoje – se fazer ao futuro e ao desenvolvimento partilhado e sustentado.

Mas o que me convoca aqui hoje, a esta Palavra, é desfazer equívocos e ideias peregrinas de gente avisada, mas sem nada na cabeça ou convencida de que basta estalar os dedos e já está. Como quem carrega no botão e dá à luz, como quem olha o céu e vê estrelas, como quem risca um fósforo e tem uma faísca que se converte em lume…e por aí adiante.
Nada disso. Nada mais patético. Nada mais infantil.
Primeiro que tudo é preciso dispor de alta tecnologia e equipamentos que custam milhões de dólares para prospectar hidrocarbonetos, escoando anos e anos para o efeito. Multiplicado em gastos, resultantes de combustíveis para ter essa maquinaria a trabalhar; consequência de vencimentos para todo o tipo de técnicos e de pessoal indiferenciado; resultado de criar condições no terreno, seja em land ou em off-shore, para abrigar pessoal, distribuir refeições e por aí adiante; acaba-se numa pipa de massa, em biliões de biliões de dólares.
Ora, depois de toda essa fase inicial, lança-se a exploração para venda. Venda que vai permitir liquidar todas as avultadas despesas com a tal prospecção. Será que quem fala em receber, imputando sempre culpas aos ocidentais e às empresas americanas e europeias que – dizem – exploram África, tem consciência dos gastos enormes com essa 1.a fase que se torna necessário pagar? E essas mesmas pessoas terão consciência, também, que Moçambique tem “Dívidas Ocultas” de biliões de dólares que estão por liquidar, junto de Bancos, que se atravessaram para emprestar, tendo como estrado a Dívida Soberana moçambicana?
Houve quem andasse à frente, como a Anadarko Petroleum/USA, a ENI/Itália e a Galp/Portugal para prospectar e para descobrir jazidas de hidrocarbonetos, o que aconteceu. Agora, numa primeira instância, há que pagar esse esforço. Depois, as dívidas que os governantes da Frelimo contraíram, tendo tirado dividendos para as suas próprias contas bancárias. Só depois disso é que poderá vir o encaixe financeiro. Até lá, vejam se fazem contas… António Barreiros, Jornalista
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