Moçambique voltou a acenar com oportunidades de investimento além-fronteiras. Desta vez, foi o Secretário de Estado do Turismo, Fredson Bacar, quem, em nome do Governo, apelou ao capital dos Emirados Árabes Unidos para apostar em sectores estratégicos da economia nacional.
O convite foi formalizado durante o Fórum de Investimentos promovido pela Câmara de Comércio de Dubai, no âmbito da iniciativa “Novos Horizontes”, que visa reforçar a presença de investidores dos EAU em mercados emergentes.
Fredson Bacar destacou as potencialidades moçambicanas em áreas como o turismo, a agricultura, a energia e as infraestruturas, apresentando o país como um destino “de oportunidades” num contexto de reformas económicas e estabilidade institucional, embora, no terreno, os constrangimentos estruturais continuem a ensombrar o ambiente de negócios.
A aposta em capital estrangeiro, sobretudo em sectores considerados estratégicos, faz questionar até que ponto os novos investimentos irão beneficiar directamente as populações locais, em vez de apenas reforçar uma lógica de extracção de riqueza para fora das fronteiras nacionais?
O Executivo insiste na narrativa de que a atracção de investidores é uma alavanca para a criação de empregos, o aumento da receita fiscal e o crescimento sustentável. Contudo, a experiência passada marcada por projectos emblemáticos que pouco impacto tiveram no desenvolvimento local aconselha a uma abordagem mais crítica.
Num momento em que a diversificação económica é apontada como urgente para reduzir a dependência dos megaprojectos e da ajuda externa, Maputo procura, em fóruns, renovar as suas apostas.
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