O Presidente da República, Daniel Chapo, não poupou críticas à gestão da companhia aérea de bandeira nacional, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), ao fazer hoje o seu balanço dos seus primeiros 100 dias de governação.
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Numa intervenção carregada de metáforas contundentes, Chapo comparou os gestores da empresa a “raposas a cuidar do galinheiro” e a “gatos a vigiar ratos”, revelando que o projecto de aquisição de três novas aeronaves para a LAM, prometido para este início de mandato, foi travado por práticas de má gestão e corrupção interna.
“Quando descobrimos que dentro da nossa empresa está implantado um antro de corruptos, decidimos cancelar o concurso. Vamos restruturar a empresa, colocá-la limpa, com pessoas competentes que querem trabalhar para o povo moçambicano”, declarou o chefe de Estado.
Em Fevereiro, o Governo autorizou a venda de 91% da participação estatal na LAM a empresas públicas, com a promessa de reverter o valor arrecadado para a compra de oito aeronaves, num esforço para ressuscitar a combalida companhia aérea.
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Chapo relatou ainda episódios que roçam o absurdo: enviados a Europa para inspecionar aeronaves a serem adquiridas, delegados da LAM regressaram ao país sem terem examinado sequer um avião, apesar de terem estado fora durante 15 dias e com fundos disponibilizados pelos novos accionistas. “Não faz sentido e não tem lógica”, comentou o Presidente, visivelmente indignado.
A profunda crise na LAM, marcada por cancelamentos sistemáticos de voos e endividamento crónico, levou, em 2023, à contratação da sul-africana Fly Modern Ark (FMA) para gerir a companhia. A parceria, encerrada em Setembro do ano passado, também não escapa das controvérsias, o Ministério Público abriu recentemente uma investigação para apurar a legalidade dos acordos firmados entre a FMA e as autoridades moçambicanas.
Com uma dívida que rondava os 300 milhões de dólares, a LAM continua a ser um espelho das fragilidades estruturais do sector público moçambicano, onde promessas de reformas esbarram frequentemente com redes de interesses e resistência à mudança.
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