Caro e amigo Bergólio:
Escrevo-te, sabendo-te a iniciar a viagem para junto do Pai, onde descansarás na casa da Eternidade. Lugar seguro, longe de todo o tipo de males, de medos, de sofrimentos, de angústias, de fomes, de pobrezas e de guerras. O Pai te consolará e te dirá “bem-hajas” Francisco pelo que fizeste em Meu Nome.
Quero, numas poucas e simples linhas, transmitir-te a alegria e a satisfação de te ter tido como Papa, da Igreja, a Católica, em que acredito, creio e professo.
Sem papas na língua, mas com a consciência e a nobreza do teu espírito, aliás, porque vinhas de terras de pobreza, de desigualdades e de corrupções, onde os frágeis e os de fraqueza humano-profissional são explorados e escravizados, denunciaste todo o tipo de atropelos que beliscavam a dignidade de todos.
Inclusão foi uma das tuas palavras mais “abusadas” nos teus escritos e mensagens. Amar foi, também, uma outra mais propalada por ti para que, na plenitude dessa expressão, se pudesse mudar o Homem e o transformar. Essa trua batalha para que, cada um, saiba ser porta-estandarte dessa máxima humana, tentando pacificar o Mundo e para que a Vida tenha sabor a rosas… Promover a Paz, uma outra chave-força do teu cajado de pontificado para que haja quietude em cada coração, para que se viva em felicidade e se respire tranquilidade.
O teu bordão, o que estendeste a Todos, Todos…foi a ponte para os que mais buscavam, nas tuas palavras, o apoio e a dinâmica para se relançarem, para se reerguerem, para se refazerem e para se reencaminharem.
Tu que foste um Papa que nos convidaste a peregrinar, tentando ver o Rosto de Deus nos outros; que nos lançaste olhares cândidos e amigos para que descobríssemos o verdadeiro sentido da Vida; e que nos soubeste ensinar a escutar, mesmo nos silêncios apetecidos da solidão, para que buscássemos os sons desse tempo sem acústicas; deixa que te agradeça essa tua unção de nos inquietardes o espírito e de nos sacudires o coração. Fizeste-o com uma sublimada inteligência. Conseguiste chamar-me, voltando a estar presente e a deixar, aqui e ali, um gesto, um escrito, uma palavra e um afecto.
Um outro figurativo do teu Pontificado foi a palavra Esperança. Todos, todos a buscamos e temos vontade a encontrar para que, ungidos por e com ela, possamos alcançar os nossos sonhos e desígnios.
Hoje, perante a tua morte, que foi serena, tendo sido antecedida de diversas aparições, apesar da tua falência de saúde, em que observei a tua fragilidade humana, mas a grandeza da tua natureza espiritual irmanada na do nosso Cristo, o Salvador e Redentor, quero lançar-te um pedido: continua, com a tua humildade e elevada humanidade, a ser meu/nosso farol de luz para a caminhada que me/nos resta para, percebendo-nos humanos e pecadores, sabermos amar, principalmente os mais desprotegidos, escorraçados e atropelados. Faz-nos entender que só com amor, perdão, respeito, tolerância, compreensão e aceitação para com o outro e com todos, poderei/conseguiremos ser verdadeiros Cristãos e dar cumprimento à Palavra mais honrada e salvífica do Senhor: amar-nos para espalharmos bondades, misericórdias e partilharmos com os outros o que melhor nos caracteriza.
Um abraço amigo do António Barreiros, Jornalista
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