Sofala — Em nome do compromisso com a segurança e a dignidade dos moçambicanos que vivem do mar e com o mar, o Governador da Província de Sofala, Lourenço Ferreira Bulha, procedeu, nesta segunda-feira (21), à entrega simbólica de 205 coletes salva-vidas à Associação dos Transportadores Marítimos da Praia Nova. O acto insere-se nas iniciativas dos primeiros 100 dias de governação do Presidente da República, Daniel Francisco Chapo.
A cerimónia, com lugar na Praia Nova, coração pulsante da economia informal costeira de Beira, assinala um gesto de reconhecimento do Estado a um sector historicamente marginalizado, mas vital para a mobilidade e sobrevivência de milhares de moçambicanos. Na ocasião, o Governador Bulha sublinhou a centralidade do transporte marítimo para a Província: “Sete dos nossos treze distritos têm o mar como vizinho, e é nele que os nossos cidadãos encontram caminho, sustento e esperança”.
As rotas mencionadas por Bulha, como Marromeu–Chinde, Amparapara, Nova Sofala, Honve, Wiriquize e Chiloane, são vias ancestrais de trocas comerciais e mobilidade social que, embora invisibilizadas no discurso do progresso, sustentam o quotidiano de milhares. “Estes coletes não são apenas objectos. São símbolo do nosso compromisso com a vida, com a economia local e com a inclusão”, frisou o dirigente.
A presença de Unaité Mustafa, Presidente do Conselho de Administração da ITRANSMAR, IP, reforçou o alcance institucional do gesto. Coube à representante da associação local agradecer, com palavras que misturaram alívio e expectativa: “Estes meios chegam numa altura em que, por falta de segurança, muitos pais e mães de família hesitavam em embarcar. Agora, com os coletes, os nossos passageiros viajam com mais confiança”.
No discurso oficial, o Governo evitou a retórica grandiosa, optando por uma linguagem próxima das populações, um estilo que parece marcar os primeiros passos da governação de Chapo, menos palanque, mais proximidade. O acto simples de entrega de coletes, longe de projectos megalómanos, aponta para uma abordagem de governação ancorada na resposta às necessidades reais e urgentes das comunidades.
Apesar do gesto meritório, muitos desafios permanecem, a maioria das embarcações ainda opera em condições precárias; a fiscalização é escassa e os sinistros marítimos continuam a registar perdas humanas quase sempre silenciosas. Fica o apelo para que o Governo avance de forma estruturada com políticas de regulação, formação e modernização do transporte marítimo tradicional.
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