Mais uma vez, a empresa pública Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) confirma aquilo que os passageiros já sentem na pele, voar em Moçambique é um risco, mas também uma roleta de sorte.
Esta quinta-feira, a companhia anunciou, com o habitual tom técnico e burocrático, o cancelamento dos voos Maputo/Lichinga/Maputo e Maputo/Quelimane/Maputo, alegadamente devido a uma “avaria de uma das suas aeronaves”. Nada de novo, a não ser o reconhecimento oficial.
Sem explicar qual o tipo de avaria, nem por que razão uma só aeronave em pane é suficiente para derrubar duas rotas num país inteiro, a empresa limitou-se a pedir “sinceras desculpas”, enquanto recomenda paciência e fé aos utentes afectados que, como sempre, são os últimos a saber e os primeiros a pagar os custos do caos.
A empresa promete que os voos serão reagendados para hoje, sexta-feira, dia 18. Mas quem já ficou em terra por culpa da companhia estatal, sabe que o amanhã da LAM nem sempre chega no dia seguinte.
Entre a propaganda e a pista esburacada da realidade, a LAM diz estar a “observar com rigor e sem reservas a segurança operacional”. O problema é que o rigor não parece suficiente para manter aviões no ar, nem para resgatar a imagem de uma companhia que há muito descolou da confiança dos seus passageiros.
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