Quelimane – Foi de madrugada e sem aparato oficial que Venâncio Mondlane, fundador do recém-criado movimento político Anamalala, desembarcou esta segunda-feira (14) em Quelimane, capital emocional da resistência cívica nacional, para acompanhar de perto o estado de saúde de Joel Amaral, também conhecido como MC Trufafá, e compreender os contornos da tentativa de assassinato que chocou o país.
O político dirigiu-se de forma imediata ao Hospital Central de Quelimane, onde o artista e activista se encontra internado nos cuidados intensivos, após ter sido alvejado por desconhecidos no último domingo. Joel Amaral é tido como uma das figuras-chave nas mobilizações populares e eleitorais que têm catapultado vozes críticas em Moçambique, incluindo nas campanhas nacionais encabeçadas por Mondlane.
À saída do hospital, visivelmente consternado, Mondlane não poupou palavras,
“Não se pode humilhar o povo ao ponto de ele não ver outra alternativa senão uma reação imprevisível, que pode vir a ser muito desastrosa para o país”, disse, rodeado por jornalistas e simpatizantes locais que acompanharam o momento com aplausos tímidos e olhos marejados.
A visita-relâmpago é lida por analistas como mais do que um gesto de solidariedade pessoal. É um posicionamento político de alto risco e impacto. Mondlane, que tem se afirmado como uma das vozes mais incómodas para o poder instituído, voltou a apontar o dedo a um sistema que se recusa a ouvir os sinais de saturação social.
“Se acham que calar Trufafá é um recado eficaz, enganaram-se. Isso só prova que a mudança se tornou uma questão de sobrevivência para muitos”, refere fonte do Txopela ligada a VM7, denunciando o que classificou de tentativas de intimidação sistemática contra vozes alternativas, sobretudo as que emergem de círculos culturais e juvenis.
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Será que vão matar todo povo moçambicano? Deus tenha misericórdia de nós e do presidente do povo