Quelimane – A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou que há “elementos relevantes” que podem conduzir ao esclarecimento do atentado contra o músico e mobilizador político Joel Amaral, mais conhecido por MC Trufafá, baleado no último Domingo no Benedito, em Quelimane. Apesar do tom cauteloso, o país continua à espera dessas respostas concretas.
O anúncio foi feito por Miguel Caetano, chefe do Departamento de Relações Públicas no Comando Provincial da PRM, que, em declarações exclusivas ao Jornal Txopela e à Rádio Chuabo FM, afirmou que “a investigação está em curso” e que “certos passos operacionais não podem ser divulgados para não comprometer o processo”.
Nada de novo, diriam os mais atentos. Porque, em Moçambique, as investigações sobre atentados com contornos políticos raramente chegam a bom porto. Muito menos com celeridade.
Quelimane continua em sobressalto. As ruas fervilham com indignação, e a resposta popular ganha corpo. O político Venâncio Mondlane, líder da formação política em gestação, Anamalala, chegou à capital zambeziana nas primeiras horas da manhã seguinte ao ataque. Após visitar o artista no Hospital Central, liderou uma marcha espontânea, que reuniu centenas de cidadãos, indignados com o que consideram ser uma tentativa falhada de silenciamento político.
A resposta policial não tardou. Com um aparato ostensivo nas principais artérias da cidade, as forças da ordem afirmam que a sua presença visa “garantir a segurança dos participantes na marcha”. Mas muitos habitantes de Quelimane lêem o gesto como um aviso preventivo a novas manifestações.
O atentado contra MC Trufafá ocorre num contexto de crispação política pós-eleitoral, alimentado por alegações de fraude nas autárquicas de 2024 e por uma crescente desconfiança institucional.
Discover more from Jornal Txopela
Subscribe to get the latest posts sent to your email.