Chinde, Zambézia – O impasse entre alfabetizadores e a Direcção Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT) de Chinde atingiu nesta segunda-feira o seu ponto mais alto, com os profissionais a decidirem encerrar as portas da instituição como forma de protesto contra o não pagamento dos seus subsídios. O cenário é de paralisia total das actividades administrativas e educacionais ao nível do distrito.
Depois de meses — e para alguns, anos — de promessas não cumpridas, rondas de diálogo infrutíferas e debates que chegaram até à Procuradoria Distrital, os educadores decidiram que já não bastava mais esperar. “Disseram-nos para termos paciência. Já gastámos paciência. Agora, gastam-se os dias em protesto”, comentou um dos manifestantes, visivelmente revoltado.
A acção dos alfabetizadores, que consiste no fecho simbólico e físico das instalações da SDEJT, tem como objectivo forçar as autoridades locais e centrais a olhar com seriedade para o drama que enfrentam, trabalham, mas não são pagos. Ensinar, nestas condições, torna-se não apenas uma injustiça, mas uma humilhação institucionalizada.
Segundo fontes locais, não há previsão para a reabertura do serviço enquanto não houver uma resposta concreta e documentada das autoridades, o que significa que, pelo menos por hoje, o sector da educação pública no distrito de Chinde encontra-se tecnicamente paralisado.
Contactadas pelo Txopela, algumas vozes do movimento civil consideram o gesto dos alfabetizadores legítimo e denunciam a negligência estrutural que atinge os profissionais da base do sistema educativo. “Quando se ignora quem ensina, prepara-se o fracasso colectivo de uma nação”, comentou um activista local.
Do lado da SDEJT, não houve qualquer posicionamento oficial até ao fecho desta edição.
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