A carregar agora

Oposição ou Submissão: O Ciclo Vergonhoso das Tomadas de Posse em Moçambique

Oposição ou Submissão: O Ciclo Vergonhoso das Tomadas de Posse em Moçambique

É revoltante assistir, mais uma vez, à submissão descarada dos deputados eleitos da oposição, que juram lutar pelo povo, mas não hesitam em tomar posse sob os escombros de eleições fraudulentas. Pior ainda é ver “acadêmicos” e “intelectuais” – figuras que deveriam ser a consciência crítica da sociedade – como Elisio De Sousa e Rodrigo Rocha, …. aplaudindo esse ciclo de vergonha, como verdadeiros cúmplices da perpetuação da podridão eleitoral.
Há 30 anos, ouvimos o mesmo discurso: “Vamos tomar posse para lutar dentro das instituições!” Que instituições? Aquelas que a FRELIMO controla? Só para ser como uma marionete da FRELIMO, que nessas instituições vivem manipulando as regras do jogo em seu benefício? Quantas vezes já se reviu a lei eleitoral com promessas de eleições justas, apenas para ver o mesmo espetáculo grotesco de urnas recheadas, votos adulterados, fiscais agredidos e instituições cúmplices? Lembramos como ontem quando incluíram membros de sociedade civil na CNE, o saudoso Presidente Dlakhama ficou satisfeito e chamou a imprensa I disse: “agora teremos eleições livres, justas e transparente”, chegado o dia de eleições a expectativa sucumbiu e iniciou a reclamar fraude!
Afinal, o que resultou da transformação da CNE? Nada. E o que fez o Conselho Constitucional (CC) diante das incontáveis denúncias de fraude? Absolutamente nada. Contestamos as eleições, confiamos nas “instituições”, e o que recebemos em troca? Uma bofetada institucional que legitima as fraudes, porque sabem que a decisão permite ser recorrida, com o povo a continuar refém do cinismo e bandidagem político.
Este ciclo vergonhoso precisa ser quebrado! Se o PODEMOS quiser provar que é, de fato, um partido para e com o povo, deve agir diferente. Não deve se curvar aos interesses do estômago, mas sim priorizar o bem-estar do povo. Não tomem posse! Tomar posse diante de uma fraude galopante não é resistência, é conivência.
O PODEMOS deve perceber que a submissão dos partidos da oposição não é apenas um insulto à democracia, mas também uma traição às esperanças de milhões de moçambicanos, as famílias que continuam a perder membros como vimos ontem na cidade de Maputo. É hora de acabar com essa dança macabra entre a oposição e o regime. E quanto aos “acadêmicos politicamente imorais”, como Sousa e Rocha, que defendem esse teatro vergonhoso, cabe-nos denunciá-los como cúmplices de um sistema que condena o povo à miséria e perpetua o poder da FRELIMO que perdura as custa da pobreza do povo a mais de 40 anos.
Se o PODEMOS quiser ser diferente, que demonstre. Se não, será apenas mais um capítulo do ciclo de vergonha que precisa ser enterrado. É tempo de resistir, e não de se ajoelhar aos tiranos africanos.

Por JN

O Jornal Txopela é um dos principais órgãos de comunicação social independentes da província da Zambézia, em Moçambique. Fundado com o propósito de oferecer um jornalismo crítico e de investigação, o Txopela destaca-se pela sua abordagem incisiva na cobertura de temas políticos, sociais e económicos, dando voz às comunidades e promovendo o debate público. O Txopela tem presença tanto na versão impressa quanto digital, alcançando leitores em todo o país e na diáspora moçambicana. A sua cobertura abrange desde a política local até temas internacionais, sempre com um olhar atento às dinâmicas que afetam a sociedade moçambicana.

Publicar comentário