A carregar agora

Albino Forquilha e a vergonha do círculo vicioso da política moçambicana

Albino Forquilha e a vergonha do círculo vicioso da política moçambicana

O Presidente do PODEMOS, Albino Forquilha, protagonizou uma das declarações mais absurdas, vergonhosas e indignas da recente história política de Moçambique. Ao justificar a aceitação dos resultados altamente fraudulentos das eleições gerais de 2024, alegando que “desde 1994 as eleições são contestadas, mas as pessoas sempre tomaram posse”, ele demonstrou não apenas uma ausência completa de princípios, mas também a confirmação de que muitos políticos em Moçambique não lutam pelo POVO, mas sim pelo próprio estômago.
A declaração de Forquilha escancara o caráter oportunista que alimenta grande parte da classe política do país. Ao admitir que não concorda com os resultados eleitorais, mas mesmo assim decidir “comer a parte dele”, o Presidente do PODEMOS vira as costas ao POVO moçambicano, que há décadas clama por justiça e transparência no processo eleitoral. A sua atitude não é apenas vergonhosa, mas também um insulto àqueles que, muitas vezes, arriscam as suas vidas, saíram às ruas, foram cravado por bala, gás lacrimogéneo, vidas perdidas para exigir mudanças e justiça e verdade eleitoral. Será que Albino Forquilha tem em mente que crianças, adolescentes, jovens, adultos e até idosos, morreram nesta luta pela verdadeira democracia e verdade eleitoral? Para hoje falar que aqueles deputados devem tomar posse porque represento o povo que lhes elegeu? E aqueles que estão na lista mas que os seus votos foram roubados?
Albino Forquilha reforça a ideia de que o PODEMOS, partido apesar de que era uma lata sonante vazia e sem relevância, depois de ser transformado em um actor relevante, muitos acreditavam ser a luz no fim do túnel. Lamentavelmente, este Partido (PODEMOS) não passa de mais uma engrenagem do círculo vicioso de traição e subserviência não só do regime, mas também dos políticos orientados por umbigos. O que o povo esperava era um rompimento deste ciclo; uma atitude firme que sinalizasse que Moçambique não mais toleraria eleições fraudulentas, manipuladas e recheadas de irregularidades. Mas, em vez disso, recebemos mais uma vez posicionamento macabro de um político disposto a ignorar a vontade popular, as mortes do POVO, as limitações das liberdades, para assegurar um lugar à mesa do banquete do poder.
É preciso é temos que ser contundentes; O senhor Forquilha está a trair a confiança do. Ele não está a representar os interesses dos moçambicanos; representa apenas os seus próprios interesses, interesse da sua família, (como é sabido que um dos filho vai a assembleia) e de um pequeno grupo que se beneficia do sistema corrupto e desigual que domina o país. Com as suas declarações, ficou claro e evidente de que Ele está as costas à luta por uma democracia verdadeira, justiça e verdade eleitoral assim como abandona aqueles que confiaram que o PODEMOS seria diferente. Que ilusão!
Para Forquilha e outros como ele, é importante lembrar, o povo moçambicano não é tolo nem mais dorme. As máscaras caem, e as atitudes como essa serão lembradas e cobradas. O momento em que vivemos, me refiro ao do pós- eleitoral exigia coragem, dignidade e uma postura firme contra a fraude e a injustiça eleitoral. Em vez disso, Albino Forquilha escolheu o caminho mais fácil: calar-se, engolir a fraude e juntar-se ao clube dos que viraram as costas ao POVO.
Que esta declaração repulsiva sirva de alerta para todos os que ainda têm esperança na mudança. A luta pela democracia em Moçambique não será travada por políticos acomodados e vendidos. Ela será conquistada por aqueles que verdadeiramente representam os interesses do povo, aqueles que estão dispostos a sacrificar seus próprios benefícios pelo bem maior. E, infelizmente, Albino Forquilha provou que ele e o PODEMOS não estão à altura dessa luta.
O povo moçambicano continuará a lutar, com ou sem aqueles que se dizem seus representantes.
Este País é Nosso!
Por JN

O Jornal Txopela é um dos principais órgãos de comunicação social independentes da província da Zambézia, em Moçambique. Fundado com o propósito de oferecer um jornalismo crítico e de investigação, o Txopela destaca-se pela sua abordagem incisiva na cobertura de temas políticos, sociais e económicos, dando voz às comunidades e promovendo o debate público. O Txopela tem presença tanto na versão impressa quanto digital, alcançando leitores em todo o país e na diáspora moçambicana. A sua cobertura abrange desde a política local até temas internacionais, sempre com um olhar atento às dinâmicas que afetam a sociedade moçambicana.

Publicar comentário