“Foi possível fazermos o registo de 14.288 eleitores dos 28.930 previstos, o que corresponde a 49,39%”, disse o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, citado hoje pela comunicação social local.
Cuinica esclareceu que “a meta não foi alcançada” devido aos ataques de insurgentes registados nos últimos dias na província de Cabo Delgado, facto que antecipou o encerramento de algumas brigadas antes do dia 15 de maio, data prevista para o fim do recenseamento naquele ponto do país.
“Tivemos que recolher dois dias antes quatro brigadas das 15 que lá funcionavam e também, no último dia, funcionámos com cinco brigadas, exatamente porque, dada a situação, não se aconselhava a permanência dos brigadistas nos locais”, afirmou.
O recenseamento eleitoral em Moçambique decorreu de 15 de março a 28 de abril, sendo que em Quissanga foi adiado para o período de 02 a 15 de maio, face à insegurança provocada por ataques de grupos de insurgentes naquele distrito de Cabo Delgado, tendo funcionado 15 brigadas, contra as 19 anteriormente previstas.
Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico, combatida desde 2021 com o apoio dos militares do Ruanda e dos países da África austral, esta última em processo de retirada do terreno desde abril, a concluir até julho próximo.
Ainda assim, o porta-voz da CNE assegurou que o cumulativo de pessoas inscritas naquela província é de 102,12%, ultrapassando a meta prevista.